Exigindo flexibilidade e criatividadeNa vida há situações imprevisíveis e inevitáveis. Precisamos da sabedoria para suportálas; compreendê-Ias e superá-las. Há períodos em que o nosso trabalho transcorre muito bem, nossos íntimos nos amam, nossos amigos estão próximos, nossas metas são concretizadas. Conseguimos encontrar um "Estoque" abundante de tudo o que mais amamos.
Já encontrou uma pessoa que você ama e se sente feliz ao seu lado? Já conquistou um trabalho que o realiza e lhe dá prazer? Já encontrou pessoas que o admiram pelo que você é e não pelo que você tem?
Há outros períodos em que as cobranças surgem, o tédio aparece, os amigos ficam distantes, as angústias criam raízes, o desânimo brota. Ficamos sem oxigênio. Aí entra o problema. Temos de escolher entre nos aventurarmos no labirinto para reconquistar o que perdemos ou ficarmos lamentando a situação, esperando um milagre ocorrer ou a sorte mudar. Muitos esperam anos em vão. Morrem sem conquistar. São controlados pelo destino e não controlam seu destino. Nos momentos de turbulência, as dúvidas surgem. Será que o labirinto não é perigoso? Será que não sofrerei mais ainda ao percorrer lugares desconhecidos? Será que as pessoas não pensam que eu ou um derrotado? Será que não é mais fácil ficar paralisado do que mudar de atitude para conquistar que eu amo? Será que vale a pena correr riscos para ser um pai melhor, um amigo mais profundo, m profissional mais competente, um amante mais sensível'?
Os que sucumbem ao calor das suas dúvidas e inseguranças são derrotados. Um empreendedor tem dúvidas, mas não é aprisionado por elas. Como você se comporta quando o que você mais ama está se dissipando? Fica com raiva, sente medo, culpa os outros? Não culpe os outros, decida mudar. Escolha caminhos e não apenas detecte erros.
Um professor empreendedor não apenas dá com maestria suas aulas, mas conquista o território da emoção dos seus alunos, conta-lhes história, conta as aventuras dos cientistas para produzir conhecimento, inspira-lhes a inteligência, prepara-os para a vida.
Um executivo empreendedor não apenas trabalha bem com gráficos e dados lógicos, mas transmite sensibilidade, elogia seus liderados, vê além do horizonte, sorri no caos, demonstra que é nas dificuldades que se conquistam as melhores oportunidades.
Um amante empreendedor não acha que o amor é inesgotável. Por isso, cultiva-o e irriga-o. Encanta sua esposa ou seu marido, seu namorado ou namorada. Liberta-se da prisão do ciúme e dá liberdade para quem ama. Não gasta energia tola com brigas e acusações. Sabe que a vida é tão breve como as gotas de orvalho que se dissipam ao calor do sol. Aproveita seu tempo, faz do seu relacionamento uma poesia, um canteiro de respeito e amor.
As melhores coisas de sua vida precisam ser cultivadas. Infelizmente, alguns maridos só descobrem que suas esposas estão profundamente feridas por eles quando elas pedem o divórcio. Algumas esposas só percebem que seus casamentos estão destruídos quando a última gota de amor seca. Algumas pessoas só investem em qualidade de vida quando estão no leito de um hospital. Infelizmente, há muitas pessoas fechadas num casulo. São cultas, mas engessadas. São eloqüentes, mas não sabem falar a linguagem da emoção. Querem ser líderes em suas empresas e nas instituições, mas não são líderes de si mesmas. Se você souber abrir as janelas da sua mente, ampliar a arte de pensar e praticar as leis da qualidade de vida deste projeto, então, os labirintos que você vive não serão um terreno perigoso, um deserto, um cárcere, mas um ambiente em que ocê realizará seus mais belos projetos.
Dez passos para se tornar um empreendedor,
1. Antecipe-se às mudanças. Melhor do que corrigir erros é preveni-los.
2. Se não conseguir prevenir erros, apure seu senso de observação. Observe pequenos problemas (trincas) para evitar grandes desabamentos.
3. Não é possível evitar todos os riscos. Lembrese:Quem vence sem risco é coroado sem glória.
4. Não lamente, não reclame, não culpe os outros, não se culpe.
5. Só não muda de idéias quem não tem idéias. Mude tantas vezes quantas forem necessárias.
6. Os ambientes em que você vive são labirintos. Tenha coragem para reconhecer erros e sensibilidade para corrigir rotas.
7. Nunca desista de quem ama.
8. Nunca desista de si mesmo.
9. Controle seu destino e não seja controlado por ele. Construa suas oportunidades.
10. Faça da sua vida um grande desafio e um eterno aprendizado. Agradeça a Deus a oportunidade de existir e caminhar.
Todo ser humano, seja ele rei ou súdito, intelectual ou iletrado, atravessa momentos difíceis e angustiantes. Infelizmente, como já disse, quando não temos problemas, nós os "fabricamos". Basta sentir que precisa de alguém que você sofrerá frustrações. Basta amar e ter amigos que as
incompreensões virão. Basta querer trabalhar em equipe e motivar pessoas que as discussões surgirão. Mas isso não depõe contra a vida, faz dela uma poesia. Quanto mais incrustado o ouro estiver na rocha, mais precioso ele será.
Não Pense que as pessoas sejam complicadas, pense que você é que não está tendo habilidade para
conquistá-las. Não considere seu trabalho estressante, talvez, você é que não está conseguindo transformá-lo num oásis. Para muitos, a dor é um problema; para os sábios, é a sua escola.
O MESTRE DOS MESTRES DA QUALIDADE DE VIDA
O maior empreendedor da história
Jesus Cristo nasceu num estábulo, não freqüentou uma faculdade, era carpinteiro de profissão, não andou mais do que trezentos quilômetros do lugar onde nasceu, não tinha uma equipe de arketing, não possuía exércitos, não controlava as pessoas; entretanto, tornou-se o maior
empreendedor da história.
Ele convidou pessoalmente um pequeno grupo de jovens para segui-lo de perto. Sua escolha foi
estranha, pois as características de personalidade que eles possuíam não eram recomendáveis. Eram tensos, irritados, impulsivos, inseguros, exclusivistas, egoístas, individualistas.
Provavelmente, nenhum deles passaria no teste de psicologia para trabalhar em uma empresa, para dirigir pessoas, a não ser Judas que, aparentemente, era o mais moderado. Mas Jesus era
um escultor da personalidade humana, um grande gestor de pessoas e um grande sonhador. Sabia
como transformar seus sonhos em realidade. Ele controlava seu destino.
Os seus discípulos causaram-lhe problemas, constrangimentos e decepções. Mas ele não estava
preocupado com resultados imediatos. Figurativamente falando, não usou a madeira para se aquecer, pois sabia que um dia ela se esgotaria e o frio retomaria. Usou as sementes.
Plantou as sementes da tolerância, do perdão, da serenidade e do amor no coração psíquico desses jovens. Um dia, ele morreu da forma mais inumana possível. Parecia que seu sonho acabara. Mas as sementes germinaram no espírito deles, cresceram no calor das dificuldades, foram irrigadas com lágrimas e, por fim, eles foram transformados na mais fina casta de pensadores. O resultado?
Obteve uma grande floresta. Nunca mais lhe faltou madeira para se aquecer. Hoje, mais de dois bilhões de pessoas o seguem, pertinentes a inúmeras religiões. E o resto da humanidade que não o segue admira-o profundamente. Muitas das suas idéias permeiam o Budismo. No Alcorão, Maomé o exalta em prosa e verso.
Só o maior empreendedor de todos os tempos poderia dividir a história em antes e depois dele. Dividiu o pensamento e os corações humanos. Conquistou a humanidade. Fez tudo isso sem derramar uma gota de sangue, discursando sobre o amor e discorrendo sobre a mansidão. .
Não tendo nada, mas tendo tudo.
O Mestre dos mestres trabalhou como artesão cada lei da qualidade de vida em seus discípulos.
Foram poucos anos de um excelente aprendizado. Eles aprenderam a ser autores da sua história, fazer das pequenas coisas momentos inigualáveis, libertar a criatividade, liderar os pensamentos, governar suas emoções, proteger a memória, dialogar, fazer a mesa redonda do "eu". Após sua morte, seus discípulos não tinham dinheiro, fama, proteção, mas tinham tudo que todo ser humano sempre desejou: alegria, paz interior, segurança. Ânimo, sentido de vida. Eles não tinham nada, mas tinham tudo. Eram discriminados, mas tinham inumeráveis amigos. Sofriam perdas, mas tinham esperança. Eram aprisionados, mas cantavam alegremente. Eram livres.
Jesus não prometeu a eles plantio sem tempestades, caminhos sem riscos, trajetórias sem
acidentes, trabalhos sem dificuldades. Mas prometeu força nas perdas, sabedoria nas tormentas,
consolo no desespero. Era incrível, mas nos lábios deles havia um agradecimento diário pelo
espetáculo da vida.
Não exigiam nada dos outros, nem os dominavam. Eram promotores da liberdade interior. Foram tolerantes com seus opositores, pacificadores dos aflitos e compreensivos com a loucura dos que
os açoitavam.
Não eram cultos, mas adquiriram uma cultura fabulosa. As cartas que Pedro e João escreveram
revelam uma criatividade, inteligência e sensibilidade que deixa pasmada a ciência moderna.
As sementes e os sonhos que Jesus plantou vãos ao encontro dos mais belos sonhos da filosofia, da psicologia, da sociologia, das ciências da educação. Nunca a vida valeu tanto, nunca a
dignidade alçou vôo tão alto, nunca a solidariedade foi tão sólida.
Que tipo de história nós estamos escrevendo?
Somos fagulhas vivas que cintilam durante poucos anos no teatro da vida e depois se apagam tão misteriosamente quanto acenderam. Nada é tão fantástico quanto à vida, mas nada é tão efêmero e fugaz quanto ela.
Hoje estamos aqui, amanhã seremos uma página na história. Um dia, tombaremos na solidão
de um túmulo e ali não haverá aplausos, dinheiro, bens materiais. Que história escrevemos? Que
sementes plantamos?
Se a vida é tão rápida, não deveríamos, nessa breve história do tempo, procurar os mais belos
sonhos, as mais ricas aspirações? Pelo que vale a pena viver? Quais sonhos nos controlam? Quais são as nossas metas e os nossos maiores empreendimentos?
Alguns têm depressão, ansiedade, estresse, não por conseqüências dos conflitos da sua infância, mas pela angústia existencial, pela falta de um sentido de vida sólido. Lembre-se do que estudamos: alguns têm fortunas, mas mendigam o pão da alegria; têm cultura, mas falta-lhes o pão da tranqüilidade; têm fama, mas são parceiros da solidão. Erraram o alvo.
Um dos mais populares cantores brasileiros disse certa vez que tinha tudo o que uma pessoa podia deseja ter, mas não tinha prazer de viver. Solidão, tédio, falta de sentido de vida e vazio existencial não faziam parte do dicionário do Mestre dos mestres. Até quando o corpo de Jesus morria na cruz, ele ainda era um grande empreendedor, um conquistador do território da emoção. Era capaz de surpreender as pessoas com frases inesquecíveis.
O chefe da escolta dos soldados, encarregado de executar a sentença de Pilatos, apurou seu senso
de observação aos pés da cruz e foi conquistado por ele. Cada reação de Jesus golpeou sua sensatez e abriu as janelas da sua inteligência. Deixe-me dar um exemplo dessas reações. Na hora mais dramática da crucificação, a primeira hora, Jesus sofreu uma dor insuportável. Não havia espaço para ter outra reação a não ser gritar, ter reações violentas, reagir por instinto. Mas para a nossa admiração, ele esqueceu-se de si e bradou ao seu Pai que Ihes perdoasse. Do ponto de vista psiquiátrico é impossível para um crucificado ter um raciocínio lúcido quanto mais afetivo e altruísta como o de Cristo.
Ele disse que seus carrascos não sabiam o que faziam. Expressou que eles eram escravos do sistema, cumpriam ordens sem refletir, não eram livres. Por isso, com lábios trêmulos, desculpou-os sem que eles lhe pedissem desculpas. Compreendeu homens incompreensíveis. Perdoou a homens imperdoáveis. Que inteligência é essa que deixa extasiada a sociologia e a psicologia?
O Mestre dos mestres é o ser humano mais famoso da história, mas um dos menos conhecidos nas magníficas áreas da sua personalidade. Espero que neste projeto ele tenha sido um pouco mais desvendado. Ele foi o maior educador, psicoterapeuta, socioterapeuta, pensador, pacifista, orador, vendedor de sonhos, construtor de amigos, executivo, empreendedor, promotor da qualidade de ida de todos os tempos. (Não tenha medo de trocar experiências, chorar e contar suas dificuldades.)
Livro: "12 semanas para mudar uma vida"
Autor: Augusto Cury